São José dos Campos-SP, sábado, 17 de agosto de 2024, por Marcos Eduardo Carvalho – O empresário e apresentador Silvio Santos, 93, morreu na manhã deste sábado e comoveu o país inteiro. Afinal de contas, ele foi um ícone da televisão Brasileira e esteve na sala de milhões de pessoas. No entanto, ele também já se aventurou na política e quase foi presidente da República.
Isso porque, em 1989, Silvio Santos se filiou ao antigo PMB (Partido Municipalista Brasileiro) e se aventurou já durante o período eleitoral. Na oportunidade, o dono do SBT assumiu o lugar de Armando Corrêa, então candidato oficial do partido, mas com menos de 1% das intenções de votos nas pesquisas.
Na oportunidade, seria primeira eleição direta no Brasil em 28 anos, e Fernando Collor de Mello liderava os levantamentos feitos. Durante a campanha, o apresentador entrou na disputa e, rapidamente, subiu nas pesquisas.
TSE impugna candidatura de Silvio Santos
A decisão de Silvio Santos de se candidatar oficialmente aconteceu 11 dias antes da eleição, embora a campanha começasse antes. Naquele ano, o pleito tinha primeiro turno em 15 de novembro. Inclusive, aquela também era a primeira vez que um pleito no país aconteceria em dois turnos.
Em tempos de voto impresso, o nome de Armando Corrêa já estava nas cédulas e, quem fosse votar em Silvio Santos, teria que voltar no nome do ex-candidato, que tinha o número 26. Em sua rápida campanha, o apresentador gravou vídeos explicando como os eleitores deveriam votar.
Na oportunidade, Silvio Santos sofreu 18 pedidos de impugnação de sua candidatura e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por unanimidade, impugnou a candidatura do empresário. E alegou que não havia cumprido a lei eleitoral.
Depois disso, ele voltou à sua rotina de apresentador de programa de televisão e, nunca mais, se envolveu diretamente com política.
Empresário mantinha boa relação com governos
O SBT surgiu em 1981, ainda durante o Regime Militar, quando a Censura ainda atuava fortemente. Entretanto, Silvio Santos sempre manteve um bom relacionamento com o governo e até anunciava o nome do então presidente da República, João Batista Figueiredo, com o refrão “E o Figueiredo? É coisa nossa”, na abertura do Show de Calouros.
Inclusive, o SBT manteve durante muitos anos o programa ‘Semana do Presidente’, que surgia nos intervalos dos programas Silvio Santos dominicais. Com a voz do locutor Lombardi, destacava as agendas de Figueiredo, Sarney, Collor e os demais presidentes.