São José dos Campos-SP, quarta-feira, 24 de maio de 2023, por Wagner Duarte – A internet se tornou uma das grandes revoluções da história da internet. Afinal de contas, hoje é praticamente inimaginável pensar um lugar que não tenha internet, seja lá como for.
No entanto, mesmo sendo difícil imaginar, isso ainda existe, ainda mais nas regiões rurais mais afastadas. Desta maneira, muitas pessoas, até mesmo que tenham alguma condição financeira, ficam sem o acesso à rede mundial de computadores por questões técnicas.
Isso porque, em muitos lugares, a instalação de antenas ou de cabos de wi-fi são quase inviáveis, como mostra o DiarioSP em uma reportagem. Então, é um momento e uma situação que podemos rever de alguma forma.
Desafios contra o abismo digital
Na prática, essa falta de acesso à internet nas regiões rurais acaba criando o que se chama de abismo social. Dessa forma, é uma situação em que algumas pessoas passam a ter toda acesso aos serviços, enquanto outras pessoas não conseguem isso e acabam ficando excluídas digitalmente.
Ainda mais em tempos onde os serviços virtuais são essenciais, o poder público precisa, necessariamente, agir para evitar e minimizar esses problemas. Inclusive, em algumas cidades, existem acessos públicos a internet, com wi-fi gratuito em praças e até mesmo postos onde se pode usar computador gratuitamente.
Entretanto, muitas pessoas que vivem longe do centro nessas áreas rurais, encontram muitas dificuldades para conseguir um acesso à rede mundial de computadores. Isso porque precisam viajar e se deslocar por algumas horas para usar.
Então, o cenário ideal seria se os governantes conseguissem levar a internet aos lugares mais remotos, garantindo que as pessoas dessas regiões tenham um acesso adequado e justo.
Por exemplo, se quiser declarar um imposto de renda, tem que fazer necessariamente pela internet. Atualmente, não existem mais como mandar pelos Correios, por exemplo, como acontecia antigamente.
Índice de conectividade
Uma pesquisa divulgada recentemente pela empresa PwC Brasil mostrou números interessantes e um raio x detalhado sobre a conexão à internet dentro do recorte da realidade brasileira.
De acordo com esse levantamento apresentado, 49,4 milhões de brasileiros estão nos grupos dos plenamente conectados, o que representa 29 dias no mês em frente ao computador ou ao celular, navegando.
Neste caso, a ampla maioria são pessoas brancas e que moram nas regiões Sul e Sudeste, além de serem mais escolarizados. Tudo isso dentro da pesquisa da PwC Brasil.
Depois, outros 44,8 milhões de brasileiros são considerados parcialmente conectados, com média de uso de internet de 25 dias. Neste caso, a maioria se encontra na região Sudeste de um modo geral.
Então, outros 41,8 milhões de brasileiros estão no grupo dos chamados subconectados, que usam a internet por, no máximo, 19 dias no mês. Ainda segundo o levantamento, a maior parte deste grupo fica nas regiões Norte e Nordeste e usa internet pré-paga, além de serem predominantemente negros e das classes D e E.
Por fim, um número assustador: o Brasil tem 33,9 milhões de pessoas desconectadas. Neste caso, não ficam conectados nenhum dia no mês e não têm, de fato, acesso à internet.
Neste caso, são principalmente homens, não alfabetizados, idosos e das classes C, D e E. Então, para este grupo, que também precisa dos serviços virtuais, a falta de acesso à internet é um grande problema e o poder público deveria se esforçar para fazer com que esse público também tivesse acesso regular à internet.
Logo, com esses dados dessa pesquisa, também fica mais fácil de traçar um recorte da realidade e do abismo que existe entre diversas pessoas dentro do mercado brasileiro de acesso à internet. E, se todos tiverem as mesmas oportunidades, o país só tende a crescer.
