Anne Frank, a famosa menina judia morta aos 14 anos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, terá um espaço em São Paulo. Na verdade, será a segunda réplica mundial do quarto onde ela e seus familiares ficaram escondidos, na Holanda, enquanto os nazistas alemães os perseguiam.
Assim, a partir de janeiro de 2026, o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, no bairro do Bom Retiro, zona leste da capital paulista, também terá o Espaço Anne Frank. Segundo a prefeitura, foi necessário ter autorização da Fundação Anne Frank, com sede em Amsterdã, na Holanda.
Inclusive, a Fundação mantém até hoje o quarto original onde ela e seus familiares viveram, nos fundos de uma loja. E ganhou notoriedade mundial por conta do Diário de Anne Frank, livro escrito com base em um diário encontrado na casa, após serem levados pelos nazistas.
Espaço Anne Frank terá investimento de R$ 26 milhões

Ainda segundo a prefeitura, o Espaço Anne Frank, que relembra a história da judia alemã, teve um investimento total de R$ 26 milhões. Deste valor, R$ 2 milhões foram aportados pela administração municipal e ficará em um espaço anexo.
Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esse espaço é uma forma de tentar acabar com a intolerância. A declaração foi dada no dia 12, durante o anúncio da criação do Espaço dedicado à memória da menina.
A história de Anne Frank traz uma lição universal sobre intolerância e humanidade. Ao criar este espaço, queremos garantir que as novas gerações conheçam o que aconteceu para que tragédias como o Holocausto nunca mais se repitam
Durante a guerra, a menina foi morta em um campo de concentração, com os demais familiares. Apenas o pai dela conseguiu sobreviver e, anos depois, lançou o livro com o diário escrito pela filha.
Espaço fará parte de circuitos de museus
Agora, o Espaço Anne Frank também fará parte do circuito oficial de museus da cidade de São Paulo. Assim, fará parte do cronograma de visitas das escolas públicas municipais e a expectativa é receber cerca de 150 mil visitantes por ano.
Em entrevista ao portal da prefeitura de São Paulo, Suzana Venetianer, de 84 anos, sobrevivente dos campos de concentração, defendeu a iniciativa. Segundo ela, é uma forma de manter viva essa lembrança para as futuras gerações.
“Com três, quatro anos, são os pais que contam o que aconteceu para a gente. Vou completar 84 anos e ainda tenho na memória tudo o que passei. Mas daqui a pouco não vou mais me lembrar. Esse espaço será muito importante, para ninguém esquecer tudo o que aconteceu”, disse ela, sobre o local em lembrança a Anne Frank.








