A Embraer, fabricante de aviões com matriz em São José dos Campos, anunciou um prejuízo líquido de R$ 428,5 milhões no primeiro trimestre de 2025. Esses dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pela própria empresa, que é a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo.
No mesmo período do ano passado, o prejuízo líquido da Embraer foi de R$ 63,5 milhões. Em termos percentuais, a diferença foi de 574,8%, mas a empresa descartou em nota à imprensa que a guerra tarifária nos Estados Unidos tenha prejudicado os números.
Além disso, o chamado fluxo ajustado de caixa da empresa, sem considerar os números da EVE, teve saldo negativo de R$ 2,3 bilhões no período. Segundo a fabricante, isso acontece porque a empresa se prepara para entrega de maior número de aviões nos trimestres seguintes.
Embraer aumenta venda de aviões

Apesar do prejuízo líquido maior no trimestre, curiosamente a Embraer teve mais vendas de avião. Segundo os últimos dados divulgados, comercializou 30 aeronaves no primeiro trimestre de 2025, ou seja, cinco a mais que no mesmo período do ano passado, uma diferença percentual de 20%.
Em termos de valores, a carteira de pedidos da fabricante joseense também aumentou. Neste trimestre, chegou a US$ 26,4 bilhões, um valor US$ 5,3 bilhões maior que nos três primeiros meses do ano passado.
Em comparação com os US$ 21,1 bilhões do ano passado, o aumento em porcentagem foi de 25,1%. E, entre os 30 aviões que entregou neste ano, 23 deles foram jatos executivos, contra sete jatos comerciais.
Atualmente, a empresa brasileira aposta em modelos como o E195-E2 e E175-E1 (jatos comerciais) e os executivos. Apesar dos números negativos no trimestre, a fabricante de aviões segue como uma das principais protagonistas do mercado mundial de aviação.
Empresa tenta ganhar espaço no mercado
A Embraer, mais que consolidada no mercado mundial de aeronaves, quer crescer ainda mais. E aposta justamente nesta guerra tarifária dos Estados Unidos contra o resto do mundo para tirar vantagem.
Por exemplo, recentemente a China afirmou que não iria mais comprar e comercializar aviões da norte-americana Boeing. Além disso, um dos membros do governo chinês elogiou publicamente os produtos da Embraer.
Com isso, crescem as chances de que a fábrica brasileira ganhe espaço no mercado asiático. E é uma oportunidade para, nos próximos tempos, reduzir o déficit e voltar a fechar os períodos com saldo positivo, mantendo a Embraer entre as maiores empresas do país.








