Entre 60% e 80% das chamadas fachadas ativas dos prédios de São Paulo estão desocupadas em 2025. Esses dados foram divulgados pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), com base em levantamento feito entre junho de 2024 e junho de 2025.
Desde 2014, há uma lei regulamentada no Plano Diretor e prevista no Zoneamento de 2016, que permite esse serviço. Na prática, a fachada ativa é quando se usa o térreo de um prédio residencial para a instalação de comércios diversos.
Além disso, esse tipo de fachada tem entrada direta na calçada, sem o contato direto com os moradores. Mas, o número de ocupação está abaixo do esperado e, ao caminhar pelas ruas do centro da capital, o que mais se vê são placas de ‘aluga-se’.
Fachada ativa beneficiou construtoras

Embora a ocupação da chamada fachada ativa seja ainda abaixo do esperado, as construtoras não têm do que reclamar. Isso porque as empresas que optaram por esse tipo de empreendimento conseguiram importantes benefícios.
Essas construções ficam nas chamadas Zonas de Estruturação Urbana, perto de transportes públicos. E essas fachadas não contam como limite máximo permitido para uma construção, ou seja, é um aumento do potencial construtivo, mas sem nenhum custo extra para os responsáveis pelo empreendimento.
Essa pesquisa da Associação Comercial de São Paulo analisou três regiões da capital: Rebouças, Ibirapuera e Vila Mariana. E apontou que houve um crescimento acelerado desse tipo de empreendimento, mas sem o mesmo ritmo de ocupação.
Entre 2014 e 2024, a quantidade de empreendimentos com fachada ativa em São Paulo saltaram de quatro para 218 nos eixos de estruturação urbana. E as unidades residenciais, proporcionalmente, também aumentaram, de 6,5% antes do Zoneamento de 2016, para 24% agora.
Outra observação levantada na pesquisa foi até mesmo a pouca quantidade de placas de aluguel. Isso mostra até mesmo um real desinteresse pela utilização desses espaços na região.
Vila Mariana é a mais afetada
Ainda na pesquisa da fachada ativa, a Vila Mariana é o bairro mais afetado pela vacância. Isso porque, naquela região, 80% das lojas estão vazias (no total de 45 lojas, 9 delas estavam em funcionamento no momento da pesquisa).
Em seguida, aparece a região do Ibirapuera, com 70% de lojas fechas. Foram mapeadas 43 unidades, onde 13 eram ocupadas por algum tipo de comércio.
Já o Rebouças, a taxa de desocupação do comércio está em 63,3%, com 31 lojas vazias, contra 18 ocupadas. Um dos principais motivos da baixa procura é a falta de estacionamentos. Por exemplo, na Vila Mariana, apenas 13,3% das lojas de fachada ativa tinham vagas para motoristas.








