A Embraer, fabricante de aviões com sede em São José dos Campos, ‘respirou’ aliviada nesta quarta-feira (30), com a decisão do governo dos Estados Unidos em deixar o setor aeroespacial fora das tarifas de 50% das exportações brasileiras. Afinal de contas, essa medida geraria um impacto negativo sem precedentes na empresa.
Nas últimas semanas, o ‘tarifaço’ do presidente norte-americano, Donald Trump, tirou o sono dos empresários e até mesmo do governo federal. Nesta quarta, o republicano assinou a lei que cria as tarifas de 50%, mas retirou diversos itens da lista.
O fato é que se o setor tivesse que pagar essa tarifa, cada avião custaria cerca de R$ 50 milhões a mais. E, até 2030, a terceira maior fabricante de aviões do mundo pagaria R$ 20 bilhões ao governo dos Estados Unidos.
Ações da Embraer sobem

Mas, com a confirmação de que o setor ficará de fora do tarifaço de Trump, imediatamente as ações da Embraer nas bolsas de valores subiram e fecharam o dia em alta de 10,93%. E fizeram tanto os acionistas quanto os funcionários da empresa respirar mais aliviados neste momento.
Até porque a empresa vive um bom momento no mercado, com crescimento das vendas. E os Estados Unidos são, atualmente, os principais parceiros comerciais da empresa joseense.
Apesar desse alívio, a Embraer disse, em nota, que defende a isenção total de tarifas para todos os setores da economia. “Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global”, disse a empresa.
Desde o dia 2 de abril, a fabricante já enfrenta taxas de exportação de 10%, que reduzem a margem de lucro. Ao menos, não inviabilizam os negócios com os Estados Unidos.
Força-tarefa para evitar o tarifaço
Nesta quarta, empresários do setor aeronáutico e membros dos governos estadual e federal pressionaram e conversaram com o governo dos Estados Unidos. Tudo isso para tentar reduzir as taxas e garantir a viabilidade econômica.
De acordo com a Embraer, se o tarifaço de 50% à empresa fosse mantido, o impacto seria pior que na pandemia da Covid-19. E, nesta quarta, além do setor aeronáutico, outros 693 setores da economia brasileira ficaram de fora.
Atualmente, a Embraer é uma das empresas mais lucrativas do país e, além disso, é a principal mola propulsora da economia de São José dos Campos. Com a taxação, impactaria também em diversos fornecedores de materiais e equipamentos, além de matérias primas essenciais para os aviões.








