A periferia de São Paulo possui temperaturas médias mais altas em relação aos bairros mais nobres da capital paulista. Isso é o que mostra uma pesqu7isa feita pela FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP (Universidade de São Paulo).
Essa pesquisa utilizou alguns dados do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) e do IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade Social). Isso tudo para conseguir mapear com precisão as desigualdades na cidade, principalmente na região de periferia.
Além disso, também fez essa relação com o que se chama de variação microclimática. E explica os motivos dessa distorção de temperaturas entre os bairros da capital.
Diferença entre periferia e área nobre chega a 8,8º C

Esse levantamento da USP colocou no estudo o Jardim Paulista, nobre, na área oeste, com a Vila Jacuí, na periferia, região leste. Com isso, se constatou que, durante o verão, a diferença de temperaturas chega aos 8,8º C.
Desta maneira, a conclusão é que há uma grande desigualdade também quando o assunto é conforto térmico. E se torna mais uma desvantagem das camadas mais pobres da população paulistana, algo que já vem sendo estudado há alguns anos.
Segundo a USP, os dados do IDHM ajudaram a mensurar a qualidade de vida dos moradores considerando as 32 subprefeituras. Aliás, vale lembrar que São Paulo é a maior cidade da América do Sul, com mais de 12 milhões de habitantes e cada região pode ter grande diferença em relação à outra, devido à vasta extensão da capital.
Um dos critérios da análise foi consultar a variação climática em pontos externos e internos em um parque urbano. Além disso, o formato de cada bairro, o tipo de material empregado na construção e a arborização ajudam a definir o tipo do clima. Inclusive, até mesmo o espaço entre um lote e outro ajuda a ter essa definição.
Arborização mostra discrepância
No levantamento divulgado pela USP, também se constatou uma discrepância entre a arborização da periferia e da área considerada mais nobre. Por exemplo, no Jardim Paulista, há mais sombras, enquanto na Vila Jacuí há mais construções de concreto.
Assim, isso impacta diretamente na formação das chamadas ilhas de calor, que normalmente atingem as regiões mais pobres. Consequentemente, se conclui que é um dos principais motivos de que na zona oeste a temperatura média se torna mais amena que na zona leste, onde ficam muitos bairros considerados pobres e de periferia na capital paulista.








