A necessidade de um trabalho extra para complementar a renda atingiu 53% dos moradores da cidade de São Paulo nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo ICS (Instituto Cidades Sustentáveis), que realizou o levantamento em parceria com a Ipsos-Ipec e a Fundação Grupo Volkswagen.
Na oportunidade, a maioria das pessoas ouvidas disse que precisou fazer algum tipo de trabalho paralelo ao principal para ter um ganho extra. E isso inclui ocupações como faxina, revenda de produtos, entregas por aplicativo ou serviço de manutenção, por exemplo.
Além disso, esse levantamento está na pesquisa ‘Viver nas Cidades: Desigualdades 2025’. E visa ter um recorte da realidade financeira das pessoas, mas que pega as principais capitais brasileiras.
Maioria aponta estabilidade na renda

Ainda na pesquisa divulgada sobre São Paulo nesta quinta, a maioria dos entrevistados apontou estabilidade na renda: 41%, enquanto 34% disseram sentir uma diminuição do salário no último ano. Outros 17% dos entrevistados disseram que tiveram um aumento da renda no ano passado.
Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis, destaca uma contradição na realidade das capitais brasileiras.
Embora uma parte significativa da população relate que a renda aumentou ou ficou estável no último ano, muita gente avalia que a fome e a pobreza cresceram na cidade em que vive. Esses resultados mostram que ainda temos um longo caminho para reduzir as desigualdades nas maiores cidades do país
Esse levantamento entrevistou 3.500 pessoas em dez capitais do país, sendo 700 delas em São Paulo e todas com acesso à internet. De acordo com o instituto de pesquisa, a margem de erro é de dois pontos percentuais (para mais ou para menos). E o nível de confiança chega aos 95%. Contudo, a margem de erro pode chegar a ficar entre quatro e seis pontos percentuais, quando se analisa o resultado por cidade de forma separada.
Alimento á maior ‘vilão’ dos trabalhadores
Na pesquisa divulgada nesta quinta, a alimentação foi apontada como a grande ‘vilã’ no impacto de gastos na renda dos moradores de São Paulo. E foi apontada por 82% dos entrevistados como um problema.
Além disso, a moradia, com 57%, e os gastos com saúde, em 52%, são as outras maiores dificuldades. E tudo isso pesa na hora de buscar uma renda extra, como um complemento e até uma forma de conseguir pagar tudo em dia.
Por fim essa pesquisa que engloba São Paulo será base do Observatório Nacional das Desigualdades, que reúne 42 indicadores em nove áreas.








