Outros seis auditores fiscais foram afastados pela Sefaz (Secretaria de Fazenda) do estado de São Paulo, acusados de desvio bilionário de impostos. A confirmação veio nesta terça-feira (26), totalizando sete funcionários públicos punidos no esquema.
Antes, Arthur Gomes da Silva Neto já havia sido exonerado na semana passada por participar do esquema. Na oportunidade, ele ajudou em desvios bilionários que favoreceram as empresas Ultra Farma e Fast Shop.
Há algumas semanas, Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop, foram presos por corrupção, mas acabaram soltos. Já Arthur, também preso, segue detido, já que teve prisão preventiva decretada.
Fiscais são investigados pelo MP

Todos os fiscais afastados passam por investigação iniciada no início do mês pelo MP-SP (Ministério Público do estado de São Paulo). A megaoperação, que prendeu os empresários, teve início com cinco certificados digitais desses auditores nas operações para os beneficiados.
Inclusive, no caso de Arthur, o fato de a mãe dele ampliar o próprio patrimônio, de R$ 400 mil para R$ 1 bilhão em menos de três anos, chamou a atenção. E serviu como mais uma prova para acusar o auditor, que recebia salário de R$ 34 mil antes de ser exonerado.
Inclusive, o governador do estado, Tarcísio de Freitas, afirmou em entrevista que todos os responsáveis serão punidos. Até porque o governo vem sendo pressionado pela opinião pública a tomar uma medida enérgica.
Eles vão sentir a mão pesada do estado. A gente não vai tergiversar sobre esse assunto. Vamos mudar todos os procedimentos que precisar para garantir a segurança do sistema. O que precisa ser feito, vai ser feito. A gente vai ser implacável com isso aí
Atualmente, a Sefaz está com sete processos administrativos abertos e ainda tem 20 apurações preliminares. Isso para apurar a conduta de outros servidores, eventualmente envolvidos com essas irregularidades.
Empresários foram soltos sem fiança
Enquanto o governo avança sobre os auditores fiscais envolvidos, os principais empresários beneficiados foram soltos. Além do Habeas corpus, eles também conseguiram evitar o pagamento de fiança, que chegaria aos R$ 25 milhões.
Por fim, o esquema movimentou mais de R$ 1 bilhão nos últimos anos. E, na prática, os empresários pagavam propinas aos auditores fiscais para facilitar a restituição de créditos financeiros do ICMS, aos quais as todas as empresas têm direito.
No entanto, os fiscais suspeitos, além de liberar antecipadamente o dinheiro, também muitas vezes repassavam mais que os empresários tinham direito. E aí vem o prejuízo aos cofres públicos e ao dinheiro do contribuinte.








